59 bilhões de Reais. Este é o valor (até agora) do rombo causado pelo esquema de corrupção na Petrobrás. É tão grave que nem mesmo os grandes veículos da mídia são capazes de minimizar quaisquer que sejam os lados que os beneficiem. Se corrermos os olhos sobre as notícias e dados, percebemos rapidamente que não há uma sigla sequer que não contenha ao menos um suspeito de envolvimento.
Me remete à campanha "O Petróleo É Nosso", cujo bordão fez a frente para Getúlio Vargas no final da década de 1940. Se nos atemos aos fatos, puros e simples, sim: produzimos muito petróleo e foi bom termos criado uma empresa que tomasse conta disso. Mas agora, quase 70 anos depois, somos levados a reler esse bordão com algo mais, como se a folha estivesse dobrada por trás das palavras, ocultando o restante da frase – "e vamos fazer o que quisermos".
É dinheiro demais para cair em apenas um bolso. Quando é o caso, normalmente todos sabem quem é essa pessoa (eg. Muammar Kadafi). Quantias dessa ordem, quando "desaparecidas" dessa maneira, tendem a ser pulverizadas de forma que cada "migalha" esteja guardada em um lugar onde permaneça a render.
O que temos é um caso clássico de quando é mais fácil dizer quem não está envolvido. Aliás, "menos difícil" é uma expressão mais adequada. Claro que agora temos a deflagração do esquema. Claro que temos envolvidos que infelizmente, já são velhos conhecidos.
Entretanto, se pensarmos na exaltação ao petróleo na década de 1940 e no senso de orgulho e grandiosidade por ele imbuído em nossa cultura, acabamos acometidos por alguns questionamentos quanto a verdadeira origem dessa semente de destruição. Se fôssemos punir literalmente todos os envolvidos no esquema da Petrobrás, quantos cadáveres teriam de ser exumados e enterrados em um presídio?
Com informações do Congresso Em Foco