Cassação. Almir Nogueira, vereador do PMDB, que perdeu
mandato por compra de voto em 2008
A cassação de Almir Nogueira (PMDB), vereador em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, pode, segundo o deputado estadual Rômulo Veneroso (PV), comprometer também a prefeita da cidade, Maria do Carmo Lara (PT), que hoje é uma das principais coordenadoras da campanha do ex-ministro das Comunicações, Hélio Costa, candidato pelo PMDB ao governo de Minas.
Almir, que é irmão do deputado estadual Ivair Nogueira (PMDB), também correligionário de Hélio Costa, foi cassado por cinco votos a zero pela corte do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob a acusação de compra de votos nas eleições municipais de 2008. Ele foi acusado de pagar R$ 50 para cerca de 200 funcionários de uma empresa desde que eles votassem no parlamentar e na candidata do PT, Maria do Carmo Lara.
A ação contra o vereador foi movida pelo Ministério Público em novembro de 2008, um mês após as eleições, depois de denúncias de uma ex-funcionária de Almir e também da empresa. Em dezembro de 2009, Almir Nogueira foi condenado em primeira instância pela Justiça de Betim e o TRE decidiu pela cassação e por deixar o político inelegível por três anos.
A corrupção eleitoral teria sido comprovada por diversos funcionários da empresa e também por ex-cabos eleitorais do próprio vereador betinense. O pintor de automóveis, Thiago Alves, 23, foi uma dessas pessoas. Segundo ele, Nogueira o colocou dentro da empresa para coordenar o trabalho de compra de votos para ele e para a atual prefeita de Betim. "Uns 15 dias antes das eleições, o Almir organizou uma reunião com todos os funcionários e pediu que eu oferecesse os R$ 50 para quem votasse nele. No dia marcado, um assessor dele, conhecido como Geraldinho, chegou com uma sacola cheia de dinheiro. Cada funcionário recebeu uma nota de R$ 50 em troca de voto", explicou.
Ainda segundo o pintor, Geraldinho, após entregar o dinheiro, pedia o voto para Almir e também para a então candidata a prefeita da cidade Maria do Carmo, que acabou ganhando por diferença de apenas 1% sobre o 2º colocado.
Com base no que disse Thiago, Rômulo Veneroso, que era adversário da petista em 2008, entrou com uma ação no Ministério Público, pedindo providências contra ela e ainda que a perda de mandato seja aplicada também à prefeita.
"Se a Justiça de Betim e o TRE já consideraram o vereador como culpado nesse esquema ilegal, a prefeita era cúmplice, pois a compra de voto beneficiava igualmente o vereador e candidata petista", disse Veneroso.
A reportagem tentou falar com o vereador Almir Nogueira, mas ele não atendeu aos telefonemas. A assessoria da prefeita foi procurada através de e-mail, mas também não se manifestou.
(Com informações do Jornal
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