Mensaleiros tentam novo mandato

 Geraldo Naves (DEM) registrou candidatura para tentar a reeleição


Lei Ficha Limpa não pode ser aplicada, pois ainda não há decisão colegiada.


Brasília. O envolvimento no maior escândalo político da história de Brasília, o "mensalão do DEM", não impedirá que diversos deputados distritais, federais e suplentes tentem um mandato nas eleições deste ano. É o caso do deputado distrital Geraldo Naves (DEM), que chegou a ficar preso por 60 dias por tentativa de suborno de uma das testemunhas do caso.

Ele pediu, anteontem, ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) o registro para tentar a reeleição à Câmara Legislativa. O deputado foi preso com outras cinco pessoas, dentre elas o ex-governador José Roberto Arruda, acusado de tentar subornar uma testemunha da Operação Caixa de Pandora, e o jornalista Edson Sombra, para que ele mudasse o depoimento à Polícia Federal (PF).

Naves entregou um bilhete escrito por Arruda a Edson Sombra e acabou fazendo parte do caso. O deputado negou mais uma vez a denúncia e disse não temer que o envolvimento no "mensalão do DEM" atrapalhe o plano de reeleição.
Outros quatro deputados distritais e dois suplentes citados como beneficiários do suposto esquema de corrupção também tentarão um mandato na Câmara Legislativa de Brasília. São eles os deputados Benedito Domingos (PP), Aylton Gomes (PR), Rôney Nemer (PMDB) e Benício Tavares (PMDB). Os suplentes Berinaldo Ponte (PP) e Pedro do Ovo (PRP) também participarão do pleito de outubro. Todos são citados em conversas interceptadas pela PF como possíveis receptores do dinheiro do esquema e negam as acusações.

Ficha Limpa. Apesar das acusações, os envolvidos no "mensalão do DEM" não são impedidos de concorrer pela Lei Ficha Limpa porque ainda não houve condenações sobre o caso. Segundo a lei, apenas a condenação por decisão colegiada deixa um político inelegível.

Outros personagens do escândalo, como o ex-governador José Roberto Arruda e o ex-presidente da Câmara Legislativa Leonardo Prudente, no entanto, não poderão concorrer. Arruda foi preso acusado de tentar subornar uma testemunha, foi expulso do DEM e teve o mandato cassado. Prudente também foi expulso do DEM e renunciou para fugir do processo de cassação.

Também estarão fora das eleições a ex-deputada Eurides Brito (PMDB), cassada por quebra de decoro, e Júnior Brunelli (PSC), que renunciou ao mandato.

Polícia prende fraudadores
BRASÍLIA. A Divisão Especial de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública da Polícia Civil do Distrito Federal fez, ontem, uma operação para desmantelar quadrilha especializada em fraudes no fornecimento de medicamentos e materiais para a Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Foram presas duas pessoas envolvidas com o grupo que falsificava assinatura de diretores da secretaria para anistiar multas aplicadas contra empresas inadimplentes e promover o desvio de material hospitalar. As ações fazem parte da operação EIR, desencadeada há uma semana.

Ficha

MP requisita à OAB lista de inelegíveis


Brasília. O Ministério Público Eleitoral (MPE) requisitou à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a lista completa dos profissionais excluídos das atividades nos últimos oito anos por punição sofrida em virtude de infração ético-profissional. A OAB tem até hoje para atender à solicitação e repassar os nomes dos que foram investigados no âmbito interno.

A medida, tomada no último dia 30 de junho pela Procuradoria Eleitoral, vale para todo o país em cumprimento à Lei da Ficha Limpa. O dispositivo prevê que “são inelegíveis os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão do órgão profissional, em decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de oito anos”. 
 
(Com informações do Jornal O TEMPO)

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