Com mais educação, é Rouba mas faz, nunca mais

 
A relação entre educação e conscientização política é inequívoca. Estamos convictos de que o Brasil não chegará à plenitude da vivência democrática e da cidadania enquanto não ocorrer uma verdadeira e eficaz reforma do ensino. Uma reforma ampla, comprometida com a eficiência e com a realidade. Uma nova estrutura que sepulte de vez a lógica atual do Estado que finge que ensina e do aluno que finge que aprende. 


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, acaba de divulgar, nesta quinta feira, 13 de maio, os dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC). De acordo com o estudo, todos os municípios brasileiros – 5565, ao todo - possuem um órgão gestor da educação. Mas nem todos contam com uma administração exclusiva para o setor. O levantamento apresenta dados relativos ao ano de 2009 e também investiga a administração municipal, habitação, esporte, cultura, segurança, transporte e meio ambiente. 

A primeira célula política com a qual o cidadão se identifica é o município. É ali que o indivíduo constrói sua casa, sua família, sua história. Naturalmente, quando o município é mal administrado, também será ali que o cidadão sofrerá as maiores mazelas. É nas cidades que a síndrome do “rouba mas faz” precisa ser combatida com maior veemência. 

Os noticiários são pródigos em exemplos de corrupção, fraudes em licitações, super faturamento de obras públicas e tantos outros casos. Em Minas Gerais, por exemplo, a história policial recente nos trouxe as operações “João de Barro” e “Passárgada”, onde a Polícia Federal indiciou vários prefeitos, deputados e empresários numa série de crimes.

Na primeira operação, tanto a Polícia Federal quanto o Ministério Público apontam que parlamentares indicavam a prefeitos beneficiados por emendas quais empresas que deveriam participar e vencer as licitações para a construção de casas populares e redes de esgotamento sanitário. Na segunda, descobriu-se um esquema de fraudes contra o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), envolvendo prefeitos, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e a empresa Grupo SIM – Instituto de Gestão Fiscal.  

Chegou com acalanto a notícia do IBGE que nos mostra que todos os municípios já têm um órgão encarregado da educação. Entretanto, cabe-nos indagar da qualidade desse ensino. Somos qualitativos ou quantitativos?  A quem interessa formar cidadãos críticos e pensantes? No meio de uma sociedade mais educada, a nossa máxima do “rouba mas faz nunca mas” será uma verdadeira profissão de fé. 



* R. FLAUSINO é jornalista  


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