Ética, critério, transparência e democracia no combate à corrupção




* João Mendonça


A partir dessa semana os cidadãos e eleitores brasileiros, bem como a mídia e as instituições, vão começar a entender melhor onde, nós organizadores e colaboradores, guerrilheiros contra a corrupção, que estamos mais do que integrados, irmanados no Movimento Rouba Mas Faz, Nunca Mais , queremos e vamos chegar. A partir de hoje já estão expostos em nosso site e blog do movimento uma primeira leva de políticos que ou já tiveram ou estão com seus direitos políticos cassados.  Nesse caso o critério para a inclusão é o fato desses ícones da corrupção já punidos pela justiça serem detentores de condenação no TSE e no STJ, onde não cabem mais recursos, ou seja, são irreversíveis.






Nesses casos, o movimento também coloca à disposição os números e link dos processos que os levaram a ser punidos depois de terem exercidos o mais amplo direito de defesa, em todas as cortes da justiça.


Além desses, também vamos incluir todos os que renunciaram ao próprio mandato ou ao cargo que ocupavam em casas legislativas federais – Câmara e Senado, Estaduais e Municipais. Começando, é claro pelos mais famosos.


O critério para a inclusão dos que renunciaram é obvio e obedece à lógica matemática de uma realidade: quem renuncia, não só confessa espontaneamente a intensidade da culpa, mas o faz por reconhecer que as evidência e provas contra si são tão fortes e irrefutáveis que não haveria condições de absolvição, com todo o corporativismo, nem mesmo por seus próprios pares.


Sendo que encaramos a renúncia como uma estratégia de tortura surrealista que essa atitude representa, pois, ao renunciar, ou seja, ao confessar e assumir totalmente a culpa, a sociedade é que é punida. Isso porque o autor da renúncia é sempre premiado, ora com o direito de disputar e se eleger de novo para o cargo que deixou, como já foi o caso de ACM e de Jáder, ora ostentado força, poder ainda maior do que tinha antes como foi o caso do Renan Calheiros.


Nesse critério se enquadram Arruda e Antônio Carlos Magalhães, Roriz, Renan Calheiros, Jáder Barbalho e tantos outros.


Vamos também incluir todos os políticos que conseguem a façanha de, mesmo sem terem como explicar a multiplicação em escala do patrimônio próprio e da família, mesmo tornando-se símbolos nacionais do enriquecimento ilícito, se mantém incólumes, intocáveis quando se trata de processos e sentenças judiciais.


Nessa situação temos o governador de Alagoas Teotônio Vilela, o ex-governador de Minas, Newton Cardoso, o casal Antony e Rosinha Garotinho, o governador Amazonino Mendes, dentre outros.


Os que já foram condenados na primeira e segunda estância e estão recorrendo na terceira e última. E os que estão já foram condenados em primeira estância e estão recorrendo e sendo julgados na segunda estância.
Democrático e com o mais elevado senso de justiça, o Movimento assegura e garante a todos o mais amplo e irrestrito direito de defesa, assumindo com as assessorias, advogados e os próprios o compromisso de publicação e veiculação na íntegra.


A atuação do Movimento está pautada pela determinação e cuidado de provocar a reflexão mais profunda que a sociedade brasileira precisa e deve fazer sobre até onde ela é vitima, ate onde ela é cúmplice e conivente, diante da acomodação que o sentimento de impotência diante da banalização e da aceitação pacífica e, às vezes, até entusiasmada dos representantes do Rouba Mas Faz.


E, por fim, os dois maiores e mais relevantes parâmetros que orienta os responsáveis e os colaboradores do Movimento: primeiro o fato de que nós não produziremos nenhum conteúdo de acusação ou faremos qualquer insinuação contra quem quer que seja, apenas organizaremos links com as fontes dos processos e informações que são públicas e disponíveis nas comissões de ética dos legislativos em geral, tribunais da justiça eleitoral e comum em todas as instâncias, notícias de jornal, vídeos, e conteúdos de sites e blogs da WEB.


Segundo: a preocupação de que os nossos comentários e artigos têm sempre o objetivo de provocar a reflexão da sociedade, da mídia e das instituições, sem fazer e sem emitir juízo de valor.


Muitas vezes provocamos diretamente os políticos. Muitas vezes provocamos blogueiros, colunistas e a mídia, acusamos a cumplicidade deles com a manutenção do status quo e das regras em vigor, como fez a revista Veja com a pérola desse tipo de postura que foi a afirmação feita nas páginas amarelas dessa semana na entrevista feita com José Eduardo Dutra, onde se lê textualmente: “Políticos têm dito que as novas regras eleitorais, como o fim da doação oculta, tornam o caixa dois quase obrigatório”.


A meta, a pretensão do Movimento Rouba Mas Faz, Nunca Mais é grandiosa e ousada: com a ampla colaboração da sociedade através das redes sociais queremos construir até o dia 30 de julho, quando efetivamente os eleitores despertam para a campanha política o mais completo portal de combate a corrupção. Um guia de busca onde o eleitor vai poder saber da vida pregressa dos que lhe pedem o apoio e o voto.


A missão que abraçamos é com o apoio da sociedade e da mídia engajada é ser uma alternativa ao fato praticamente consumado: a interpretação do Ministro do TSE e o estabelecido pela constituição de que o Ficha Limpa mesmo aprovado, não vai vigorar nas eleições de 2010.


Aos brasileiros que não desistem nunca o desafio proposto pelo movimento: você pode limpar a política com a força do voto, com o poder da informação. Não temos tempo a perder. www.roubamasfaznucamais.blogspot.com / www.roubamasfaznucamais.com.br


João Mendonça é jornalista e mora em Salvador-BA

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