A volta do iconoclasta

Collor: o patético “caçador de marajás” quer voltar...

R. FLAUSINO*

1986: Fernando Collor de Melo é eleito governador de Alagoas. Vestindo a armadura de “caçador de marajás”, o patético iconoclasta chegou à presidência da República em 1989. Pudera. O Brasil havia acabado de sair da ditadura, foi governado por um outro espertalhão sem votos, José Sarney, e acho que o povo não sabia mesmo o que era melhor. Em 1992 veio o resultado: Collor não caçou nenhum marajá, mas deixou o governo debaixo de denúncias de corrupção.



2010: vinte e quatro anos depois, hoje senador da República, o iconoclasta quer voltar ao ponto de onde tudo começou. Na segunda feira, dia 10 de maio, confirmou sua candidatura ao governo de Alagoas pelo PTB (o mesmo de Roberto Jefferson!). Fora as polêmicas de praxe, a decisão de Collor complica a vida do PT no estado. Isso mesmo, do PT, porque agora ele é amiguinho de Lula e tocador da tuba de Dilma Rousseff. O mundo dá voltas...


Collor é mais um dos jogadores na seleção do “rouba mas faz”. É encarnação daquilo que combatemos. Um político baixo, mentiroso, rasteiro. Collor é inspiração para nós que acreditamos numa política mais séria, justa e sem canalhice. Resta-nos saber se o povo alagoano tem o nosso mesmo sentimento...


*R. FLAUSINO é jornalista

E-mail: direito.flausino@bol.com.br