Chicão, o bicheiro invisível da Câmara Distrital
R. FLAUSINO*
Recentemente Brasília comemorou seus cinquenta anos. O mensalão do DEM, sob a batuta de José Roberto Arruda, foi seu melhor presente. Nosso Juscelino deve ter se revirado no túmulo. Por ser o centro do poder político, vá lá, um ou outro caso de corrupção até pode ser considerado normal, digamos assim, por causa dos vários interesses escusos que circulam pelos corredores de seus palácios. Mas a esculhambação é total. Sarney, Renam, Arruda, são apenas alguns dos que nos brindam com suas canalhices elegantes. Com seus estilos inapropriados de fazer política.
Sempre escutamos que o “exemplo vem do alto”. Ontem, sexta feira, a TV Globo flagrou um bicheiro em plena atividade dentro da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Chicão é o nome do artista do bicho. Gato, cachorro, elefante, pavão e porco. Tem de tudo. Ele foi simpático com o repórter: “Estou aqui todo dia. Estou aqui há 15, 20 anos. Estou aqui sentado no quarto mandato...”.
Chicão exerce sua contravenção penal (dentro da Câmara Legislativa, vamos repetir!) ao lado de agências bancárias e em frente a uma banca de revistas. O dono da banca disse que nunca o viu por lá, e que se tivesse visto, falaria. Tudo bem. Filho feio não tem pai.
Existem 80 seguranças na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Nenhum deles já viu Chicão. Não sabemos ao certo como ele sobrevive do seu crime sem ser visto. O presidente da Câmara, Wilson Lima (PR), se disse surpreso com o bicheiro atuando na Casa. Isso aí. Também me sinto surpreso. No entanto, considerando a série de barbaridades que certos deputados distritais cometeram nos últimos tempos – e que também não foram vistas – por que vamos nos preocupar com Chicão e seu zoológico?
*R. FLAUSINO é jornalista.
Foto: Divulgação
Um comentário
Parabéns pelo site.
Como pequena contribuição, coloquei um link pro "Rouba mas faz, nunca mais" no meu blog Mais Hum (http://btvianna.blogspot.com/).
E a luta continua.
Beto
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