Monsenhor Luiz Marques, de Arapiraca, é pedófilo,
“mas fez bom trabalho na igreja”
“mas fez bom trabalho na igreja”
R.FLAUSINO*
Já sabemos: a cultura do “rouba mas faz” é uma mazela terrível. Mas ela fez escola. Vamos a Arapiraca, estado de Alagoas. Por lá, recentemente o repórter Roberto Cabrini, do SBT, denunciou o crime de pedofilia do monsenhor Luiz Marques Barbosa, de 83 anos. Ele foi preso e posteriormente a justiça o autorizou a cumprir prisão domiciliar. A casa do padre virou ponto de romaria. Sempre tem um na porta para confortar o sacerdote.
Desde o amanhecer, dezenas de pessoas, homens, mulheres e crianças, vão até à habitação, cercada por muros altos e por uma rede electrificada, para expressar solidariedade ao sacerdote. Rezam com ele e confortam-no. De acordo com testemunhos, o padre Luiz Barbosa está abatido mas recebe todos e não foge do delicado assunto que o colocou naquela constrangedora situação, assumindo que mantinha uma relação homossexual com o rapaz, ex católico, que o denunciou. Mas nega ter abusado de menores.
“Ele está a ser confortado pelos fiéis porque fez um bom trabalho na Igreja”, afirmou a um repórter o comerciante Robson de Paula, ao sair da casa do sacerdote, onde levou até a esposa e a filha, mostrando que o respeito e a quase devoção a Luiz Marques não acabaram. É isso aí, o reverendo é pedófilo, faz sexo com menores, deturpa os princípios da igreja Católica, mas, segundo o raciocínio daquele povo, isso não importa.
Uma outra senhora, que não se quis identificar, afirmou que “não compete a nós julgar os pecados dele, quem tem de julgá-lo é Deus e, se for o caso a Justiça.”
Minha dúvida é: alguma família confiaria alguma de suas crianças aos cuidados do monsenhor Luiz Marques Barbosa?
* R. FLAUSINO é jornalista.
E-mail: direito.flausino@bol.com.br
Foto: Divulgação
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